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Como mudar a força dos arcos feitos com ligas de níquel-titânio?

Boa tarde,

 

Nessa edição da SPO eu estarei falando no stand da Orthometric sobre dois assuntos: Bráquetes de safira e Como aplicar os fios de níquel-titânio de forma inteligente.

Hoje vou dar uma pista sobre como será a minha palestra sobre essas ligas:

Quem já leu meus “posts” sobre fios de níquel-titânio no SMARTODONTICS, sabe que quando alguém compra fios “termoativados” (pelo amor de Deus…TMA não é abreviação de termoativado) ou fios de CuNiTI (por favor…lê-se:  cóper-nai-tai e não cúper-nai-tai) a diferença significante deles entre si e com um níquel-titânio “superelástico” são basicamente as suas temperaturas de transição. O CuNiTi especificamente tem uma maior precisão dessas temperatura, mas o restante é bem por ai.

O fato de um ser mais flexível que o outro vem dessas diferenças nas temperaturas de transição (TT) e o quanto elas diferem da temperatura em que o fio vai atuar, como por exemplo os 37 oC do organismo humano.

Existem várias formas de se controlar essas TT, sendo a composição do fio (a proporção de níquel por titânio, ou a adição de cobre) e o tratamento térmico as duas formas normalmente utilizadas para esse propósito.

Nunca foi segredo o conhecimento de que o tratamento térmico pode diminuir o “platô de superelasticidade” desses fios sem comprometer de forma significante suas propriedades de memória de forma, superelasticidade e recuperação elástica, estando isso registrado no artigo publicados por F. Miura no AJO-DO (na época chamado AJO) de 1986. Todas as companias ortodônticas fazem esse processo para produzir os seus fios “termoativados” ou para produzir fios de níquel-titânio com níveis de força diferente, como a GAC faz nos seus Sentalloys leve, médio e pesado.

Abaixo, eu colei uma figura do artigo supracitado, mostrando o comportamento do gráfico de carga/deflexão de fiso de níquel titânio tratados por tempos diferentes a 500 oC.

MIura

Num segundo artigo, em 1988, o Prof. Miura mostra como fazer um tratamento térmico por resistência elétrica utilizando um aparato desenvolvido por ele, e mais tarde comercializado pela GAC como o ARCHMATE. Através desse aparelho, consegue-se passar uma corrente elétrica controlada por secções do fio de forma a diminuir sua força nessas regiões…A própria GAC e a Orthometric, no Brasil, realizam esse tipo de tratamento por setores de fio nos seus “Bioforce” e “Stepped Force”, respectivamente. Assim, em um mesmo fio superelásticos existem flexibilidades diferentes nas regiões de incisivos, pré-molares e molares.

biofroce

Entretanto, é praticamente impossível conseguir esse dispositivo no Brasil, tornando essa possibilidade irreal para o ortodontista brasileiro. Felizmente, a Kernit desenvolveu uma melhora dessa máquina produzindo um equipamento no Brasil chamado de Memory Wire Bender, ou MWB 15.

MwB 15

Através do suporte superior do MWB, pode-se prender o fio e também deslizá-lo para selecionar a secção sobre a qual deseja-se passar a corrente elétrica. Os outros botões permitem a seleção da amperagem desejada para elevar a temperatura do fio (que varia pela espessura e composição do fio)  e do tempo necessário para o tratamento térmico (que pode variar de acordo com o desejado).

Tendo esse dispositivo à mão, perde-se a necessidade de se comprar fios “termoativados” e pode-se regular a força dos fios para situações onde a distância interbráquete torna os fios mais rígidos, como na ortodontia lingual. Vale a pena mencionar que os alicates acoplados ao MWB permitem a realização de dobras nesses fios sem que eles percam suas propriedades…mas esse assunto fica para a palestra na SPO.

 

Um abraço,

 

R. Martins


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