Boa Tarde,
Para alguns ortodontistas, a palavra laser está sempre associada ao laser de baixa potência, aquele que quando aplicado não aumenta a temperatura dos tecidos ao seu redor (entre outras características). Mas não é desse laser que eu quero falar hoje.
O laser em questão é o laser de diodo, ou de alta potência, que tem em uma de suas aplicações ortodônticas o auxílio para a correta colagem de bráquetes ou bandagem de molares.
Quem nunca se deparou com uma coroa de pré-molar minúscula, mas totalmente erupcionada, impedindo a correta colagem do acessório ortodôntico?
Às vezes, não é só um pré-molar, e sim vários nessa condição, e quando não, até mesmo os molares estão envolvidos.
Alguns ortodontistas escolhem colar os bráquetes onde conseguem…podendo complicar o caso clínico por não conseguir um nivelamento adequado, e até desnivelando dentes inicialmente nivelados.
Outros podem conseguir colar os bráquetes razoavelmente, mas não conseguem fugir na oclusão do paciente e têm que realizar recolagens quase todas as consultas.
Alguns de nós, nessa situação, pedimos uma gengivectomia ao periodontista e esperamos o paciente voltar, com o periodonto devidamente curado e sem sangramentos, para o correto posicionamento dos bráquetes.
Agora, se nós quisermos resolver o problema no dia da colagem, de forma rápida e sem sangramentos, podemos utilizar o laser para esse fim.
Hoje nos EUA, praticamente todos ortodontistas têm um aparelho de laser portátil no consultório. Tenho amigos que usam o Picasso, da Dentisply, e o NV Ortho, da Zap Lasers. No Brasil a DMC tem um laser cirúrgico, mas o preço ainda é proibitivo para o ortodontista. Alguns periodontistas, no Brasil, já utilizam esse aparelho e tem tido uma excelente experiência com o esse procedimento.
Vantagens:
-Anestesia tópica, ou infiltrativa.
-Zero sangramento.
-Resposta tecidual superior ao método cirúrgico.
-Pós operatório sem dor e sem necessidade de cimento cirúrgico.
Abaixo colei o abstract de um artigo clínico, recém publicado onde o laser cirúrgico é avaliado como auxiliar na manutenção da saúde periodontal durante o tratamento ortodôntico.
Logo abaixo vão fotos de um paciente antes e sete dias após o procedimento. Quem executou o procedimento foi meu amigo Dr. Hermes Pretel, pós-doutorando em materiais fotônicos pelo Instituto de Química da UNESP de Araraquara, consultor da DMC e palestrante na área de laser, toxina botulínica e preenchimento. Tenho tido uma experiência razoável nesse procedimento com a finalidade ortodôntica e, no meu caso, nenhuma intercorrência.
Detalhes a serem observados:
– Cicatrização e qualidade do tecido.
– Aumento de coroa, sem invadir o espaço biológico…na verdade, devolvendo o espaço adequado.
– Impossibilidade de higienização, já que havia uma pseudo bolsa periodontal existente.
Abraços a todos e boa semana,
R. Martins