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Early vertical correction

Boa noite,

Esses dias foram interessantes. Realizamos algumas mensurações para a tese do meu co-orientado Ricardo, da Bahia.

Uma de suas pesquisas estamos tentando descobrir qual é o método mais eficiente de se intruir segundo molares. Os resultados foram surpreendentes, mas não vamos falar deles agora…não porque eu quero ser chato, mas porque vamos mandar os resultados para publicação. Em um outro episódio, prometo que falaremos do caso. Eu gostaria de escrever hoje  sobre uma das coisas que nós encontramos sem estar procurando.

Nas várias vezes que eu palestro sobre ligas de níquel-titanio, vocês já devem ter me ouvido mencionar que as propriedades dessas ligas são contra intuitivas, isto é, a gente costuma a “achar uma coisa” e o fio na verdade faz outra. Uma dessas situações ocorre com as ativações no sentido vertical.

Nós estávamos medindo o quando de força um fio de niti superelástico .016″ faz ao tentar intruir um segundo molar 2 mm e 3 mm. Nós podemos fazer isso porque temos algumas células de carga que nos dão as forças e torques produzidos nos 3 planos do espaço. A_IMG_2209

 

Com esse set-up de células de carga, colocamos um segundo molar desnivelado em 2 mm de altura, de forma precisa, dos outros dentes, e passamos um fio de nivelamento por ele. Um software dedicado nos mostra então quais são as forças que estarão agindo nos bráquetes.  Por ser bem parecido com o que faremos na boca esse teste é mais preciso que um teste de tensão para avaliar o que ocorrerá imediatamente após a inserção do fio.

Bom, o que nós achamos comparando as forças verticais entre 2 e 3 mm de ativação? Veja abaixo.

aaaaa

Nós vimos que a diferença de força vertical produzida em um molar infra ocluído 2 ou 3 mm (com um fio de niti .016″) é de 0.06 Newtons (aprox. 6 g)  e que essa diferença é insignificante.

Portanto achar que esse fio faz menos ou mais força dentro desse exemplo não é real, em média. Interessante, não é mesmo?

Me despeço deixando a seguinte pergunta no ar…no caso de extrusão de caninos, será que o mesmo vale para 1 mm de extrusão ou 4 mm? Será que é necessário amarrar fios de niti “a distancia”? O que vocês acham?

 

Um abraço,

 

R.


Opal Bond e Ortodontia Lingual

Uma das grandes dificuldades que temos para remover resinas por lingual, seja por causa do aparelho removido ou da barra 3×3 que caiu, é que não conseguimos ver o que é resina e o que é esmalte. É por isso que eu acho uma excelente solução utilizar as resinas da Opal para esses fins. Opal Bond MV para ortodontia lingual e OpalBond Flow para colar barrinhas 3×3.

Opal bond (640x369)

Nessa foto vocês podem ver como fica fácil diferenciar resina de esmalte com a ajuda do filtro de luz negra que acompanha o fotopolimerizador Valo (da para ver ele bem no canto da foto em vermelho).

E ai, o que vocês acham?

 

Um abraço

 

R.Martins


Torque zero para menos atrito

Há algum  tempo  atrás eu conversei com um funcionário de uma empresa de materiais ortodônticos nacional que eu não gosto muito (pela péssima qualidade e pela filosofia de baixa qualidade nos produtos em favor do preço).

Ele me disse:

“Você iria gostar de uma nova prescrição que um professor do estado do ……… está desenvolvendo conosco. Ele bolou uma coisa fantástica, pediu para colocar 0o (zero graus) nos tubos dos 1os. molares superiores para ter menos atrito (sic) e o fio deslizar mais fácil.”

Com um sorriso sem graça eu respondi – “Que legal…” – guardando para mim um pequeno sentimento de indignação misturado com frustração, e explico o porquê:

Os tubos de primeiros molares superiores são umas das poucas peças do aparelho “straightwire” onde há uma certa “concordância” entre as diversas prescrições no quesito inclinação vestíbulo-lingual. Ela é de -10o nesses dentes, pois a face vestibular dos mesmos forma um ângulo desse valor com uma perpendicular que passa pelo ponto aproximado de onde dever-se-ia colar o tubo nesse dente.

Slide1

Assim, a base da peça é feita com -10o de diferença de uma perpendicular ao fundo do slot.

figura...

Portanto, numa situação onde o molar estaria em boa posição, o fio do aparelho estaria em uma mesma orientação angular que o tubo. Ok? (é óbvio que exagerei no ângulo acima só para dar o exemplo).

Slide4

Se a angulação do slot no tubo fosse zero, isto é, com zero graus de diferença da perpendicular à base do tubo, como abaixo demonstrado:

Slide3

Haveria então, a incorporação de uma inclinação vestíbulo-lingual de 10o positivos em relação a face vestibular do primeiro molar, já que essa face possuí uma inclinação de -10o em relação a perpendicular e o tubo 0o.

Assim, o slot e o fio não teriam a mesma orientação, com o fio podendo até mesmo exercer forças que aumentassem a resistência ao deslizamento. Portanto faria muito pouco sentido utilizar esse tubo, conforme vemos abaixo.

Slide5

 

Agora fora tudo isso (desse tubo não fazer sentido nessa situação), não consigo entender porque alguém iria querer fazer algo do tipo, sendo que um tubo com zero graus é um tubo standart (vendido em qq lugar) e que pode ser colado para mesial, caso necessário seja incorporar anti-rotação…go figure!

 

Abraços.

 

R.


Uma dica para tratamento com bráquetes de safira

Bom dia,

 

Hoje vou compartilhar uma dica que eu acho interessante para o tratamento com extrações utilizando bráquetes de safira. Todos nós sabemos que os materiais cerâmicos oferecerem uma resistência maior ao deslizamento do que bráquetes de metal, e que isso se deve primariamente à diferença de dureza entre o material do bráquete e o do fio.

Assim, num caso de extrações de 1os. prémolares (pelas novas regras ortográficas, prémolares se escreve assim agora) superiores o fio precisa deslizar por três bráquetes durante o deslizamento: segundo prémolar, primeiro molar e segundo molar. O deslizamento pelos molares é igual aos casos de bráquetes metálicos, mas no prémolar deslizamento pode ficar dificultado.

Como compramos sempre bocas fechadas e duas peças de prémolares superiores de cada lado sempre estão presentes, as quais são iguais, podemos fazer o que se segue:

– Use safira no segundo prémolar para alinhar,

– Remova o bráquete para a retração e substitua por um metálico,

– Após o término da retração, remova o bráquete metálico e cole o prémolar que sobra no “kit” das peças.

 

Acho que assim podemos economizar um pouco de tempo nas retrações com esses bráquetes!

Abraços,

 

R.Martins


Um aspecto sobre minha palestra na no 10o. CIOABOR

Boa noite,

 

Hoje eu quero escrever um pouco sobre  um aspecto que eu abordei na minha palestra sobre sequência de fios em Florianópolis esse final de semana, no Congresso Internacional da ABOR. Foi muito legal ter a sala cheia na penúltima palestra do congresso, no seu último dia. Na verdade, para mim, é um elogio ser colocado ao fim da programação, ao lado de nomes consagrados da ortodontia brasileira, já que eu sei que os organizadores tentam segurar o pessoal até o fim.

Fiquei muito feliz pelos elogios dos amigos e mais ainda por ver a Dra. Julia Harfin na platéia, a qual veio me cumprimentar ao final.

Na palestra eu falei sobre forças ótimas de maneira rápida. Eu me referi ao fato de que fios muito flexíveis, mediante baixas deflexões, muitas vezes acabam gerando forças subótimas ou muitas vezes insuficientes para estimular a movimentação dentária. O Dr. Burstone fala do assunto com categoria em seu artigo clássico, onde ele propõe a variação da força ortodôntica através  do módulo de elasticidade dos fios, ou invés da utilização somente da variação da seção transversal. variable modulus - Copy

Mas nesse artigo, ele foca nos problemas de primeira ordem e, lógico, o conceito se aplica as outras duas ordens, segunda e terceira.

Em terceira ordem, muitas vezes esperamos uma “leitura de torque” (que não é lá um termo muito correto) que pode não acontecer. O problema é que para que se tenha um efeito da aplicação da inclinação vestíbulo-lingual presente na interface canaleta/fio é necessário que se aplique no mínimo 5 Nmm de tendência a rotação aos dentes. Esses 5 Nmm são muito parecidos com os 7 Megapascal do Reynolds, são empíricos, mas são a melhor evidência disponível.

Assim sendo, um fio de níquel-titânio nunca vai produzir uma tendência a rotação que um fio de aço irá produzir (dada a mesma espessura e ativação) poi ele precisa de mais torção para gerar o mesmo torque (aproximadamente 3 x mais).

Esse é um dos motivos do porque ainda hoje precisamos de fios rígidos para poder tratar os casos da maneira que estamos acostumados. O que não quer dizer que  seja impossível finalizar com fios flexíveis quando necessitamos de controle de torque. O que ocorre é que precisamos de um outro método, talvez de um outro tipo de aparelho com um design com esse propósito e não com um design próprio para uma ortodontia de 100 anos (quem esteve em Floripa na minha palestra sabe do que eu estou falando).

 

Abraço,

 

R.


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