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Posts tagged with: Arco Segmentado

Tratamento da Classe II completa sem extrações: Vale a pena utilizar minimplantes?

Boa Noite,

Hoje resolvi postar mesmo me preparando para a palestra que vou dar no Congresso da Associação Brasileira de Ortodontia em Natal, na quinta-feira que vêm (alguns momentos de descanso valem a pena). Como vou falar de ancoragem, eu estava olhando meus casos de classe II completa e me deparei com um caso que eu já tratei há algum tempo atrás, mas sem extrações.

Então, essa é uma forma que eu bolei para movimentar molares para a distal e tratar uma má oclusão de classe II. Tive essa idéia quando eu estava em Dallas, em 2006 (me desculpe se alguém pensou nisso antes, mas não vi publicado dessa exata forma até então), me baseando numa maneira que o Jason Cope utiliza para intruir molares bilateralmente.

Não é muito difícil de fazer o planejamento, mas ele precisa ser criterioso. Os alunos das especializações de Araraquara hoje passam por duas aulas de “hands-on” para aprender essa técnica, que inclusive pode ser utilizada para movimentação dos molares para mesial também. Eu fiz uma breve descrição do processo no livro de minimplantes do Roberto Shimizu, no capítulo de classe II.

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Esse sistema é totalmente sem atrito e movimenta os molares por translação. O conhecimento para essa técnica vem direto da biomecânica científica ensinada na técnica do arco segmentado, que é de passar a força pelo eixo de resistência dos dentes causando uma movimentação de corpo.

O grande problema é que a movimentação é lenta e o tratamento se torna longo, já que os molares vão para distal 7 mm e depois os dentes anteriores precisam ser retraídos 7 mm. Esse tratamento acima demorou pouco mais de 4 anos para ser realizado e eu não o recomendo para a má oclusão específica acima. Eu acredito que duas extrações superiores caem melhor, já que a modificação do perfil é a mesma (o lábio não sabe como os incisivos foram para distal).

 

Um abraço para vocês e até Natal!

R.Martins


Intrusão de segundo molar

O parte mais difícil no ensino da técnica do arco segmentado é conseguir transmitir para os colegas quando vale a pena usá-la.

Uma vez ouvi de um ortodontista: “Eu uso a TAS em TODOS os meus casos.”

Pensei comigo mesmo…”Que bobo, será que ele não sabe que na maioria dos casos ele não precisa da TAS?”

 

Mas é verdade, o próprio conceito de sistema estaticamente determinado e indeterminado serve para dar-nos uma pista de quando vale a pena ou não usar essa técnica complicada, mas efetiva. Quando não faz diferença usar straightwire ou TAS para produzir um sistema de forças, não é muito inteligente usar-se a TAS. Eu mesmo, apesar de usar bastante os conceitos que aprendi com a TAS (não existe  melhor forma de se entender biomecânica do que aprendendo essa técnica), devo usar os seus recursos em talvez 20%-10% dos meus casos.

Um dos casos onde o straightwire perde em eficiência para a TAS é na intrusão de dentes de extremidade do arco. O nosso arco ortodôntico tem um formato muito parecido com os arcos de sustentação das catedrais medievais. Os construtores medievais sabiam que as extremidades eram frágeis e que o cume do arco era mais resistente.

É muito difícil aplicar-se o sistema de forças desejado num fio reto a um segundo molar, por exemplo. Intruí-lo com uma dobra é muito difícil, não porque ele extruiria o primeiro molar, mas porque a flexibilidade do fio impede a correta aplicação de forças e momentos. É a flexibilidade do fio e sua deformação que faz com que uma dobra em degrau entre dois dentes não intrua de forma pura um deles (vide as 6 geometrias de Burstone). Nesse caso (intrusão) podemos hoje utilizar um ou dois minimplantes, ou uma alça retangular como a vista aqui embaixo.

 

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Abaixo podemos ver um caso onde desejávamos a intrusão de um segundo molar. Nesse caso a movimentação durou 3 meses.

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Nesse caso o molar foi intruído para permitir a verticalização de um segundo e terceiro molares inferiores. Alguns detalhes a serem reparados:

– A alça é feita de TMA .017″ x .025″,

– A slot é .018″, inclusive do tubo auxiliar do primeiro molar (tubo importado, os nacionais não tem controle do slot auxiliar),

– Ocorreu uma pequena perda de inclinação vestíbulo distal devido à folga e que precisa ser corrigida,

– A alça retangular está sendo usada como adjunta a outra técnica,

 

Agora, CUIDADO:

A alça retangular não é simplesmente construída com um formato onde ela intruíria o molar até onde queremos, é um pouco mais complexo que isso. Existe locais específicos para a sua pré-ativação e isso não é complicado de se fazer, mas precisa-se uma base em TAS.  A ativação não segue regra de bolo, como já pudemos ver alguns colegas explicando ou em alguns roteiros e manuais por ai.

Se algum de vocês presenciar explicações e/ou execuções MUITO simplificadas da TAS, tipo “dê uma dobra aqui e pronto”, fujam…pode ser macumba!

Espero que tenham gostado.

Um Abraço e boa noite,

R.Martins

 

 

 

 


Miniimplantes: Are we over doing it?

Boa noite pessoal,

O artigo que foi apagado na pane do blog há algumas semanas atrás dizia respeito ao uso excessivo de minimplantes.

Apesar de ensinar a técnica de inserção e mecânica com miniimplantes nos cursos de Araraquara, devo confessar que tenho os utilizado pouco.

Por quê?

Simplesmente porque existem poucas situações onde eles são indispensáveis.

É indiscutível que os minimplantes nos possibilitam executar alguns tipos de movimentação que seriam praticamente impossíveis sem eles (como grandes intrusões isoladas) mas acredito que eles tem sido utilizado em situações desnecessárias.

Uma situação onde eles podem ser dispensados é em casos de retração com ancoragem máxima na arcada superior. Abaixo, mostro um caso meu onde o controle de ancoragem foi feito através de estresse diferencial no ligamento periodontal. Nesse caso, uma mola T foi utilizada para esse fim.

Algumas coisas chamam a atenção nesse caso:

– A classe II completa inicial e a manutenção da posição dos dentes posteriores sem a utilização de elásticos intermaxilares ou arco extrabucal.

– A melhora espontânea da retração gengival do canino superior.

Abraços,

R.Martins

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