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Posts tagged with: bráquetes autoligáveis

A inclinação e correção anteroposterior

A inclinação da canaleta dos bráquetes (produzida pela prescrição ou pelo posicionamento do bráquete) tem uma grande influência no encaixe das arcadas. O manejo incorreto desse fator pode dificultar ou auxiliar no tratamento, piorando um relacionamento anteroposterior, mas também podendo auxiliar na correção desse relacionamento.

 

Pergunte-se: “Como eu colaria o bráquete desse canino inferior?”

 

Figura 1 – Arcada sendo colada de forma indireta com bráquetes Alexander LTS (American Orthodontics), onde os premolares possuem “offset” gengival.

 

As respostas podem ser as mais variadas, podendo parecer muito simples àquele que observa a colagem como algo estático e ligado somente ao formato da coroa clínica.

De forma a simplificar nosso raciocínio, a discussão se aterá a duas situações majoritárias de posicionamento do canino inferior. Mas nessa ocasião, somente a angulação será abordada, ficando a altura para outra discussão.

Na primeira situação a ser discutida, podemos colar o bráquete de acordo com a inclinação da coroa clínica, que é distal (Figura 2 e 3).

Figura 2 – Inclinação distal de um canino inferior demonstrada pela linha tracejada.

Figura 3 – Canino inferior com bráquete colado de forma indireta, seguindo a inclinação da coroa.

Como eu já mencionei, isso pode parecer o mais correto quando se visualiza a correção ortodôntica como um processo automático, posicionando-se o bráquete em uma posição preconcebida. Entretanto, quando a má oclusão do paciente é avaliada, observando-se seu relacionamento anteroposterior (Figura 4) e sua radiografia panorâmica, percebe-se que esse posicionamento (Figura 3) pode trazer uma iatrogenia ao tratamento ortodôntico.

Figura 4 – Relação anteroposterior do paciente discutido, onde há uma má oclusão de Classe I.

Ao encontrarmos o canino encaixado, em uma má oclusão de Classe I, o ideal seria não perder esse encaixe até o termino do tratamento, para que o mesmo seja o mais eficiente possível e para que uma tensão desnecessária no ligamento periodontal dos dentes não ocorra. Colar o canino com a inclinação demonstrada (Figura 2) produzirá uma tendência de inclinação mesial, podendo desencaixar o canino e toda a arcada inferior, sem contar que a recuperação desse efeito produzirá uma movimentação desnecessária e iatrogênica.

Essas informações, adicionadas ao posicionamento radicular, considerado adequado (Figura 5) nos mostram que a melhor angulação desse canino parece ser a mesma já existente (Figura 6).  É claro, também que o raciocínio vale para outras situações. Inclinar os caninos inferiores para mesial nos casos de má oclusão de Classe II ou para distal na má oclusão de Classe III pode auxiliar no tratamento, se as condições permitirem essa estratégia (antecipando as perguntas…Sim…isso pode ser aplicado nos superiores também, quando a situação permitir).

Figura 5 – Condição radicular do quadrante inferior esquerdo discutido nesse artigo. A inclinação do canino inferior é considerada adequada por este clínico.

Figura 6 – Colagem indireta do canino inferior tentando-se manter a inclinação já existente. Isso é feito observando-se a canaleta do bráquete ao invés de seu corpo.

Vale a pena lembrar que independente da prescrição ou da técnica utilizada para o nivelamento da arcada, o conceito aqui apresentado é válido. No caso de “designs” ou prescrições de bráquetes diferentes serem utilizados, a correta observação da canaleta e a sua utilização como parâmetro irá padronizar o resultado. Já no caso da técnica utilizada para o nivelamento, seja as de arco continuo, arco segmentado, com ou sem auxílio de ancoragem esquelética, a ortodontia será guiada pelo formato através da rigidez do fio ao fim do tratamento. Assim, a posição final do canino em relação aos outros dentes da arcada será determinada pela sua relação com a canaleta do seu bráquete e pelo fio utilizado.

 

“Ortodontia é muito mais do que um bráquete ou uma técnica. O ortodontista não necessita somente de mãos habilidosas, mas também de uma mente criativa, atenta e educada em ciência para fazer uma ortodontia eficiente e de qualidade.”

Um abraço,

R.


Jatear com óxido de alumínio

Bom dia,

Hoje eu vou mandar uma dica para vocês!

A cada dia que passa aumenta o número de pacientes com restaurações extensas, coroas e facetas procurando tratamento ortodôntico. Seja porque nunca foram tratados ou porque buscam um retratamento, acabamos tendo que colar acessórios sobre superfícies que não são de esmalte. Muitas vezes temos até que colar sobre dentina, o que é raro mais acontece.

Um tratamento de superfície é excelente para melhorar a adesão nessas superfícies. A minha escolha é o jato de óxido de alumínio.  Comparado com outras formas de preparo de superfície ele é melhor que utilizar brocas, lixas e pode substituir até o condicionamento ácido de coroas de porcelana.

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Para deixar esse procedimento prático, você pode acoplar o jateador do lado do seu equipo com um suporte.  Nós usamos um engate rápido para a conexão e ele fica à mão para poder ser utilizado a qualquer momento. Temos um jateador excelente da Bioart, o qual eu recomendo (…não, o Henrique Piccin não me pagou para dizer isso…rs).

 

 

Um abraço,

R.


Revista Clínica de Ortodontia Dental Press – Edição Especial “Biomecânica”

Bom dia,

Esses dias fiz uma postagem no FB sobre a edição especial sobre biomecânica que sairá nas próximas duas edições da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. Depois dessa postagem, me fizeram várias perguntas sobre ela, que passo a responder agora:

 

– Quem são os autores?

– No primeiro número:

1 – Acácio Fuzyi, Ronald Paixão, Sérgio Penido e Alexandre Simplício, com o artigo: “Considerações sobre a etiologia, diagnóstico e tratamento da mordida profunda;

2 -Ary dos Santos-Pinto, com o artigo “Verticalização simplificada de molares: Uma aplicação dos conceitos biomecânicos em casos de disturbios de erupção dos segundos molares”;

3 – Benedict Wilmes, com o artigo: “Avanços em ancoragem esquelética com o uso de mini-implantes com abutments para maxila e miniplacas para a mandíbula”;

4 – Larry White: “O uso de cantilevers para correção da má oclusão de Classe II”;

5 – Márcio Almeida: “Aplicação da Biomecânica no tratamento da trasnposição de caninos superiores”;

6 – Samuel Roldan, Rosana Martinez Smit, Juan Isaza, Catalina Isaza e Peter Buschang, com o artigo: “Análise clinica, biomecânica e 3D em um paciente Classe III esquelética: Ortopedia maxilomandibular com ancoragem osseosuportada, OMAO, com mini-implantes de 3 mm”.

 

No segundo número:

 

1- Gerald Samson, com o artigo:” Vertical! Mecânica para mordida aberta na dentição mista”;

2- Sergei Rabelo, com o artigo “Cantilevers assimétricos para a correção da inclinação do plano oclusal”;

3- Amanda Viecilli e Rodrigo Viecilli, com o artigo: “Determinação da linha de ação de força e ativação de cantilevers para movimentação ortodôntica”;

4 – Tom Mulligan, com o artigo: “Equilíbrio estático”;

5 – Arno Locks, Rodrigo Locks e Leonardo Locks, com o artigo: “Verticalização de molares e suas diferentes abordagens”;

6 – Salvador Romero, com o artigo: “Ortodontia Lingual com diagnóstico high-tech”.

 

– Por quê são dois números?

– Porque não demos limite aos autores sobre figuras e sobre o tamanho dos artigos, e como todos os convidados contribuíram a edição ficaria muito grande.

 

– Mas tem artigo que não tem nada com arco segmentado!

– No editorial da primeira revista eu teço algumas explicação do porquê a biomecânica não é privilégio da Técnica do Arco Segmentado. Biomecânica quer dizer outras coisas, como por exemplo…a maneira que os ossos maxilares e o crescimento respondem às forças.

 

– E você escreveu sobre o quê?

– Só escrevi os editoriais. Na minha opinião, não acho legal o editor escrever na revista que ele edita, salvo algumas raras exceções, e principalmente em áreas feitas por convite, tal qual nessa edição ou como no conhecido “Seminars in Orthodontics”.

 

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Espero que gostem,

 

R. Martins

 

PS. Errei na digitação de “transposição”  no título do artigo do Márcio Almeida mais acima, mas deixei errado para o alívio cômico.


JCO 2014

Boa noite,

São 2:40 da manhã e estou terminando de revisar minha aula para os colegas ortodontistas do Rio Grande do Norte, pois vou dar uma aula na ABOR- RN sobre como a compreensão da biomecânica mudou minha maneira de ver a ortodontia.

Só passei aqui para compartilhar uma informação que eu não sabia e acabei descobrindo na AAO desse ano.

Apenas 34% dos americanos utilizam bráquetes autoligáveis no seu dia-a-dia e 99% extraíram dentes em pelo menos um caso nos últimos 12 meses. Na média, o ortodontista americano extrai em 15 % dos seus casos. Essa informação saiu de uma pesquisa realizada pelo Journal Clinical Orthodontics a cada década, feita com os ortodontistas americanos.

Agora eu pergunto, cadê a ortodontia milagrosa que só se faz com bráquetes mágicos e onde não precisa extrair? A última que eu ouvi era de que o mercado americano estava “dominado” por bráquetes autoligáveis…e que extração era coisa do passado.

Eu acho que alguém pode estar enganado ou tentando me enganar….

Quem quiser ler, a referência é Keim. et al. Study of Orthodontic Diagnosis and Treatment Procedures, JCO 2014. Edições de outubro, novembro e dezembro.

Abraço,

R.Martins


Bráquetes Autoligáveis alinham os dentes mais rápido?

Bom dia!

 

Hoje eu gostaria de compartilhar com vocês mais um artigo escrito na coluna “Biomecânica” da Revista Clínica de Ortodontia e o  assunto, na opinião de alguns, é polêmico…mas na opinião de quem está atualizado pela literatura CIENTÍFICA não é muito não.

Após a leitura, espero que as suas conclusões sejam de que o assunto não é polêmico… 🙂

 

Boa leitura!

R.Martins

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