Bom dia!
Hoje eu gostaria de compartilhar com vocês mais um artigo escrito na coluna “Biomecânica” da Revista Clínica de Ortodontia e o assunto, na opinião de alguns, é polêmico…mas na opinião de quem está atualizado pela literatura CIENTÍFICA não é muito não.
Após a leitura, espero que as suas conclusões sejam de que o assunto não é polêmico… 🙂
Boa leitura!
R.Martins
Situações de apinhamento não necessariamente apresentam distâncias interbrackets aumentadas (situação que exemplificastes, na qual o travamento do fio geraria espaços durante o retorno à forma original do arco – algo como um “efeito mola”).
Em algumas situações, particularmente envolvendo giroversões, esta distância pode ser tão diminuída a ponto de dificultar ou mesmo impedir a colagem de acessórios em suas posições corretas (incisivos, pré-molares, por exemplo). A minha colocação, Renato, vem agora: não seria plausível imaginar, durante os arcos iniciais, estes espaços interbrackets serem melhor distribuídos em uma situação de baixo atrito, uma vez que ligaduras elásticas contribuem, negativamente, para que o centro de rotação do movimento tenda a ser o próprio bracket, e não o longo eixo do elemento dentário?
Prezado Stefan,
É um prazer vê-lo colocando sua opinião aqui no blog! Tenho muita simpatia pela sua constante procura por conhecimento!
Eu consigo entender o que você quer dizer, mas situações de falta de espaço SEMPRE apresentam sobra de fio. Isso vem do simples motivo que todo segmento de fio curvo tem maior perímetro que um fio reto. No caso do apinhamento, só não vai haver sobra de fio se você não deflexioná-lo.
É por esse motivo que você precisa gerar travamento elástico do fio para ganho de perímetro, mesmo que você só deflexione o fio um pouco. Situações de alto atrito ganham espaço, de baixo atrito não. O termo apinhamento em inglês pode ser traduzido como “crowding”, mas a forma mais culta seria “tooth-arch lenght discrepancy” ou discrepância entre o perímetro e o tamanho dos dentes. Toda falta de espaço te traz um espaço presente menor do que o requerido.
Olhe esses desenhos que eu fiz especialmente para você. No primeiro, fiz uma situação como a que você descreve. Mesmo que você tenha menos fio de um lado dos bráquetes dos dentes apinhados, você tem muito mais fio na distal. É essa sobra que expande a arcada.
Figura 1
Veja agora nessa outra figura o que ocorre quando você coloca uma força em fio para que ele entre (parcialmente ou não) nos dois bráquetes. A sua deformação na distal deles, quando você trava o fio gera as forças de expansão.
Concluindo, você só consegue que um mola faça força (em qualquer situação no mundo natural) se ela está presa por um suporte (ou bracket…na língua inglesa) 🙂
Abraço,
R.Martins