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O assunto de monografia

Boa Tarde,

Não posso dizer quantas vezes já ouvi a seguinte frase: “Minha monografia vai ser sobre…” ou “Professor, o que você acha da minha monografia ser sobre…”. Geralmente as lacunas são preenchidas sobre assuntos diversos como mini implantes, ortodontia lingual, verticalização de molares, etc..

Bom, então qual o problema, Renato? Vocês devem estar se perguntando.

O problema é que um trabalho científico (sim, a monografia é um trabalho científico) deve sempre tentar, ao menos, responder uma pergunta. Inclusive, ela pode concluir que não há resposta. Assim sendo, uma monografia não é somente só um assunto, mas sim uma resposta a um questionamento, de preferência, clinicamente significante. Portanto uma monografia sobre “Minimplantes”, “Barra Palatina”, etc…não seria muito adequada. Para se escrever sobre um assunto em geral, existe um outro tipo de literatura, que tem pouca validade cientifica: o livro.

O ideal é que se pense sobre uma pergunta. Por exemplo, “A barra palatina e ancoragem” poderia ser o título de uma monografia que pretendesse responder a pergunta: “A barra palatina influência a ancoragem ântero-posterior?” . O título “Estabilidade de mini implantes” poderia se aplicar a uma monografia que avaliasse a pergunta: “Qual é o local de maior estabilidade para a instalação de minimplantes”.

Mas não acaba ai, a pergunta pode realmente ser mais ampla, sendo um objetivo geral, e possuir duas ou mais perguntas mais específicas dentro dessa geral, os quais chamaríamos de objetivos específicos.

Então, uma vez determinada a(s) pergunta(s), deve-se fazer uma pesquisa na literatura para se saber:

1 – Se essa resposta já existe ou se já é estabelecida;

Isso pode significar que seria uma perda de tempo revisar determinado assunto. Alguém que não tem acesso à literatura pode sugerir um trabalho tentando responder se há relação ou não da presença dos terceiros molares com o apinhamento ântero-inferior. Como esse assunto já está estabelecido pela literatura, de repente não seria interessante fazer uma revisão sobre isso.

2 – Se há publicações suficientes para serem revisadas para se dar a resposta à(s) perguntas;

Se a minha pergunta for muito específica, como: “Qual é a velocidade de movimentação dentária do canino superior durante a retração em pacientes com deficiência alimentar submetidas a tratamento com Invisalign?”,  talvez não haja um artigo sobre o assunto. A minha pergunta também pode ser muito nova e por isso pode haver um ou dois artigos sobre o assunto, como por exemplo: “Qual o efeito na maxila do tratamento com elásticos intermaxilares apoiados em mini placas de ancoragem?”. Nesse caso o próprio artigo já responde a pergunta. Muitas vezes a pergunta pode ser impossível de ser respondida, como: “Qual é o melhor aparelho para se utilizar”.

3 – Se há muitas publicações;

Se há muitos  artigos, que bom, eles podem ser filtrados para que se utilize somente os melhores para a revisão. As perguntas também podem estar um pouco gerais de mais, como no caso: ” Qual o melhor aparelho para se tratar uma classe II em pré-adolescentes”. Nesse caso, a pergunta pode ser modificada, para: “Qual o melhor aparelho removível para o tratamento da classe II leve em pacientes pré-adolescentes braquicefálicos.”

 

É lógico que existem outras variáveis para essa definição, mas basicamente é isso. Para uma descrição completa e cartesiana de como escrever uma monografia, eu precisaria de pelo menos umas 4-8 horas de explicação, mas uma regra a se lembrar é:

“Uma monografia é uma revisão para a resposta de uma pergunta, ela não é um assunto.”

Abraços,

R.Martins


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