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Um aspecto sobre minha palestra na no 10o. CIOABOR

Boa noite,

 

Hoje eu quero escrever um pouco sobre  um aspecto que eu abordei na minha palestra sobre sequência de fios em Florianópolis esse final de semana, no Congresso Internacional da ABOR. Foi muito legal ter a sala cheia na penúltima palestra do congresso, no seu último dia. Na verdade, para mim, é um elogio ser colocado ao fim da programação, ao lado de nomes consagrados da ortodontia brasileira, já que eu sei que os organizadores tentam segurar o pessoal até o fim.

Fiquei muito feliz pelos elogios dos amigos e mais ainda por ver a Dra. Julia Harfin na platéia, a qual veio me cumprimentar ao final.

Na palestra eu falei sobre forças ótimas de maneira rápida. Eu me referi ao fato de que fios muito flexíveis, mediante baixas deflexões, muitas vezes acabam gerando forças subótimas ou muitas vezes insuficientes para estimular a movimentação dentária. O Dr. Burstone fala do assunto com categoria em seu artigo clássico, onde ele propõe a variação da força ortodôntica através  do módulo de elasticidade dos fios, ou invés da utilização somente da variação da seção transversal. variable modulus - Copy

Mas nesse artigo, ele foca nos problemas de primeira ordem e, lógico, o conceito se aplica as outras duas ordens, segunda e terceira.

Em terceira ordem, muitas vezes esperamos uma “leitura de torque” (que não é lá um termo muito correto) que pode não acontecer. O problema é que para que se tenha um efeito da aplicação da inclinação vestíbulo-lingual presente na interface canaleta/fio é necessário que se aplique no mínimo 5 Nmm de tendência a rotação aos dentes. Esses 5 Nmm são muito parecidos com os 7 Megapascal do Reynolds, são empíricos, mas são a melhor evidência disponível.

Assim sendo, um fio de níquel-titânio nunca vai produzir uma tendência a rotação que um fio de aço irá produzir (dada a mesma espessura e ativação) poi ele precisa de mais torção para gerar o mesmo torque (aproximadamente 3 x mais).

Esse é um dos motivos do porque ainda hoje precisamos de fios rígidos para poder tratar os casos da maneira que estamos acostumados. O que não quer dizer que  seja impossível finalizar com fios flexíveis quando necessitamos de controle de torque. O que ocorre é que precisamos de um outro método, talvez de um outro tipo de aparelho com um design com esse propósito e não com um design próprio para uma ortodontia de 100 anos (quem esteve em Floripa na minha palestra sabe do que eu estou falando).

 

Abraço,

 

R.


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