:::: MENU ::::

#Payitforward: A corrente do bem!

Faz anos já que recebo comunicações, pedidos de meus artigos e explicações sobre mecânica ortodôntica de um ortodontista da Birmânia, ou Myanmar, o Dr. Zaw Oo. A primeira foi dia 12/2/2009, desde então ele vem acompanhando nossas publicações sempre fazendo perguntas e pedindos PDFs dos meus artigos, já que ele não tem acesso às publicações. Para quem não sabe a Birmânia é um país com poucas condições monetárias.

Aparentemente as dificuldades não impedem o Dr. Zaw de correr atrás de conhecimento. Esforço é a qualidade número um que eu admiro no ser humano. Se alguém quiser ganhar meu respeito, com certeza precisa ser esforçado.

Ele me mandou uma foto em seu consultório com nosso último artigo, publicado no AJODO, sobre molas de níquel-titânio. Eu me mantive todos esses anos silencioso sobre o que eu fazia…sou adepto da filosofia que o que a mão esquerda faz a direita não precisa saber, mas dessa vez eu não aguentei. Eu precisava compartilhar essa alegria. Essa imagem é o melhor agradecimento que eu poderia ter.

dr zaw - Copy (640x480)

Eu recebi muita coisa vinda dos meus pais, do meu País e de pessoas que me querem bem (as que me querem bem de verdade). Seria injusto com o mundo e com os outros não compartilhar, pelo bem da ciência e da humanidade, o que eu recebi de graça.

E vocês, tem uma corrente do bem?

 

Abraços,

 

R…

 


Revista Clínica de Ortodontia Dental Press – Edição Especial “Biomecânica”

Bom dia,

Esses dias fiz uma postagem no FB sobre a edição especial sobre biomecânica que sairá nas próximas duas edições da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. Depois dessa postagem, me fizeram várias perguntas sobre ela, que passo a responder agora:

 

– Quem são os autores?

– No primeiro número:

1 – Acácio Fuzyi, Ronald Paixão, Sérgio Penido e Alexandre Simplício, com o artigo: “Considerações sobre a etiologia, diagnóstico e tratamento da mordida profunda;

2 -Ary dos Santos-Pinto, com o artigo “Verticalização simplificada de molares: Uma aplicação dos conceitos biomecânicos em casos de disturbios de erupção dos segundos molares”;

3 – Benedict Wilmes, com o artigo: “Avanços em ancoragem esquelética com o uso de mini-implantes com abutments para maxila e miniplacas para a mandíbula”;

4 – Larry White: “O uso de cantilevers para correção da má oclusão de Classe II”;

5 – Márcio Almeida: “Aplicação da Biomecânica no tratamento da trasnposição de caninos superiores”;

6 – Samuel Roldan, Rosana Martinez Smit, Juan Isaza, Catalina Isaza e Peter Buschang, com o artigo: “Análise clinica, biomecânica e 3D em um paciente Classe III esquelética: Ortopedia maxilomandibular com ancoragem osseosuportada, OMAO, com mini-implantes de 3 mm”.

 

No segundo número:

 

1- Gerald Samson, com o artigo:” Vertical! Mecânica para mordida aberta na dentição mista”;

2- Sergei Rabelo, com o artigo “Cantilevers assimétricos para a correção da inclinação do plano oclusal”;

3- Amanda Viecilli e Rodrigo Viecilli, com o artigo: “Determinação da linha de ação de força e ativação de cantilevers para movimentação ortodôntica”;

4 – Tom Mulligan, com o artigo: “Equilíbrio estático”;

5 – Arno Locks, Rodrigo Locks e Leonardo Locks, com o artigo: “Verticalização de molares e suas diferentes abordagens”;

6 – Salvador Romero, com o artigo: “Ortodontia Lingual com diagnóstico high-tech”.

 

– Por quê são dois números?

– Porque não demos limite aos autores sobre figuras e sobre o tamanho dos artigos, e como todos os convidados contribuíram a edição ficaria muito grande.

 

– Mas tem artigo que não tem nada com arco segmentado!

– No editorial da primeira revista eu teço algumas explicação do porquê a biomecânica não é privilégio da Técnica do Arco Segmentado. Biomecânica quer dizer outras coisas, como por exemplo…a maneira que os ossos maxilares e o crescimento respondem às forças.

 

– E você escreveu sobre o quê?

– Só escrevi os editoriais. Na minha opinião, não acho legal o editor escrever na revista que ele edita, salvo algumas raras exceções, e principalmente em áreas feitas por convite, tal qual nessa edição ou como no conhecido “Seminars in Orthodontics”.

 

capa_sugestao_02s

capa_sugestao_01s

 

 

Espero que gostem,

 

R. Martins

 

PS. Errei na digitação de “transposição”  no título do artigo do Márcio Almeida mais acima, mas deixei errado para o alívio cômico.


Congresso AAO 2015

O congresso já acabou há algum tempo e eu ainda não escrevi nada sobre ele, eu sei… Mas tenho minhas desculpas por ter escrito pouco.

Filha pequena, alguns artigos para fazer algumas revisões e re-submeter e outros que tive e ainda tenho que revisar. Mais o que mais tomou meu tempo ultimamente foi a editoração da Edição especial de Biomecânica na revista clínica de ortodontia Dental Press, a qual tive a honra de ser convidado como Editor Convidado, mas isso fica para um próximo post. Vamos à minha visão do congresso desse ano!

Parte Científica

Para quem não foi, não fiquem muito tristes. Sem grandes novidades. Isso me lembrou até um almoço em Dallas. Era numa sexta-feira, acho que 2012 ou 13, e eu, o Hilton Goldreich (um dos ortodontistas mais bem sucedidos do Norte do Texas) e o Larry Wolford (talvez o maior e mais experiente cirurgião BMF na área de ortognática e ATM) almoçávamos num restaurante italiano perto do consultório do Goldreich, em Plano.

O papo foi legal mesmo sem vinho, porque o restaurante não tinha licença para vender álcool (coisa típica de alguns lugares do “Bible Belt”). Mas eu me lembro bem da pergunta que o Hilton fez para o Larry, ou o Larry fez para o Hilton:

“De quanto em quanto tempo uma pessoa precisa ir num congresso anual para se manter informado do que está acontecendo na profissão?”

A conclusão da discussão foi que o profissional para não ficar desatualizado ele precisa frequentar um congresso e PARTICIPAR uma vez de 3 a 5 anos e, sinceramente, eu acho que concordo. Não estávamos conversando sobre o lançamento de um bráquete novo (mesmo que a novidade seja uma pintinha diferente) ou de uma tecnologia promissora de maior velocidade de tratamento não confirmada pela ciência. Estávamos falando de novidades reais e/ou que mudem protocolos e planos de tratamento. No caso da ortodontia os mini-implantes, as corticotomias e o escaneamento 3D são um dos exemplos.

De qualquer forma, sem novidades significativas, na minha opinião. Mas algumas palestras foram interessantes.

O ponto contraponto sobre o tratamento precoce da Classe II foi engraçado. Estavam a Heesoo Oh, que eu não conhecia, e o Steven Dugoni fazendo o ponto e o Kevin O’Brien e o Paul Sandler, fazendo o contraponto. Eu digo que foi engraçado porque estava todo mundo falando a mesma língua…que tratamento precoce somente com o propósito de relacionar os arcos no ântero-posterior não faz sentido, a não ser para diminuir o overjet (e diminuir a possibilidade de fratura dental). O próprio O’Brien falou que quando o convidaram ele disse: “Eu não acredito que vamos voltar nesse assunto…Nós já passamos desse ponto!”. Aparentemente para alguns não (apesar da evidência) e no Brasil para muitos não também.

Algumas palestras mostraram as utilizações clínicas dos scanners intra-orais, que são realidade nos EUA, mas ainda não “pegaram” de foram geral porque demoram demais para serem feitas (pelo menos na realidade do americano) ou são muito caras para outros (para nós aqui no Brasil ainda é muito caro).

Mas também tiveram as “novidades” ainda não comprovadas (que custam dinheiro) e que já estão no mercado…o ano retrasado e passado foram as vibrações. Esse ano foi a vez da “Fotomodulação”, onde se pretende uma maior velocidade de movimentação a partir da estimulação dos tecidos pela luz. Temos que tomar muito cuidado com novas tecnologia, porque o profissional ético só proporciona tratamentos com eficácia cientificamente comprovada.

Um Abraço,

 

R.


JCO 2014

Boa noite,

São 2:40 da manhã e estou terminando de revisar minha aula para os colegas ortodontistas do Rio Grande do Norte, pois vou dar uma aula na ABOR- RN sobre como a compreensão da biomecânica mudou minha maneira de ver a ortodontia.

Só passei aqui para compartilhar uma informação que eu não sabia e acabei descobrindo na AAO desse ano.

Apenas 34% dos americanos utilizam bráquetes autoligáveis no seu dia-a-dia e 99% extraíram dentes em pelo menos um caso nos últimos 12 meses. Na média, o ortodontista americano extrai em 15 % dos seus casos. Essa informação saiu de uma pesquisa realizada pelo Journal Clinical Orthodontics a cada década, feita com os ortodontistas americanos.

Agora eu pergunto, cadê a ortodontia milagrosa que só se faz com bráquetes mágicos e onde não precisa extrair? A última que eu ouvi era de que o mercado americano estava “dominado” por bráquetes autoligáveis…e que extração era coisa do passado.

Eu acho que alguém pode estar enganado ou tentando me enganar….

Quem quiser ler, a referência é Keim. et al. Study of Orthodontic Diagnosis and Treatment Procedures, JCO 2014. Edições de outubro, novembro e dezembro.

Abraço,

R.Martins


Removendo resina sem segredo!

Boa tarde!

 

Estamos de volta, após participar do melhor congresso que eu fui nos últimos tempos. O 8º Congresso Internacional da Dental Press. Assisti praticamente 100% de todas as palestras, e não teve nem uma “mais ou menos”, todas foram do mais alto nível e os palestrantes deram show, sem deixar a desejar para nenhum palestrante americano ou brasileiro, seja na AAO ou na ABOR.

A organização foi muito boa e a parte social foi estupenda…sem comentários! Parabéns a toda equipe Dental Press, chefiada pelo Dr. Laurindo Furquim.

Bom, hoje eu quero falar um pouco sobre remoção de resina residual, seja após a remoção do aparelho, sem após uma quebra de bráquetes antes da recolagem.

Quem nunca se deparou, ao receber um paciente de retratamento, com as imagens abaixo?

IMGP8589-1

O acidente “Shofu”…

Acidentes podem ocorrer, é claro, pois somos todos humanos e por maior que seja nossa habilidade manual individual, nós estamos sujeitos a erros. Entretanto, nós não podemos ter falta de responsabilidade. Por isso é que devemos ser inteligentes e utilizar tudo o que estiver ao nosso alcance para diminuir os nossos erros que podem ocorrer. Então tenho algumas dicas para nos prevenirmos durante a remoção de resina:

1 – Tente usar uma resina sensível a luz negra, para que você possa ver o que é resina e o que é esmalte.

2 – Não utilize a broca de alta rotação “Shofu”. Essa broca é altamente abrasiva e desgasta resina (e esmalte) com a mesma facilidade que uma broca diamantada.

Vou abrir um pequeno adendo aqui porque eu fico EXTREMAMENTE preocupado quando eu vejo o pessoal usando essa broca com a desculpa de que outras brocas “demoram” muito para remover a resina, ou “que é mais fácil assim”, etc… Poxa, isso não é desculpa…me desculpem a sinceridade, mas nenhum profissional da saúde pode pensar assim. O mais triste é que eu ainda vejo alguns professores preconizando essa broca de alta rotação da idade média para a remoção de resina próxima ao esmalte, mesmo a literatura e o senso comum apontando para o outro lado.

3 – Utilize brocas multilaminadas de 12 lâminas para a remoção da resina, em alta rotação para excessos grandes de resina e em baixa rotação quando estiver mais próximo ao esmalte;

4 – Não utilize brocas finas (i.e. com uma área de contato pequena) por que mesmo elas sendo mais seguras que a SHOFU, ela pode desgastar esmalte. A pressão que você exerce com a mão é maior em brocas finas, mesmo colocando a mesma força. (Pressão = Área x força)

5 – Utilize um alicate para a remoção residual da resina quando ela estiver bem fina ou quando sobrarem restos bem pequenos de resina (veja a figura abaixo).

IMGP3399

Se necessário, utilize brocas multilaminadas 30 lâminas em baixa rotação em conjunto. Essa broca tira menos resina, mas diminui a chance de dano ao esmalte. A maneira de remover resina que menos danifica o esmalte é com esse alicate, mas ele risca um pouco o esmalte, então é necessário dar um polimento posterior ao seu uso;

alicatge

6 – Nunca utilize o alicate quando houver resíduos grandes de resina. A força de adesão da resina ao esmalte é proporcional a área de contato e nesse processo de remoção, você pode gerar trincas ao esmalte, ou pior, alguma fratura se utilizá-lo nessas situações.

7 – Nunca utilize o alicate em áreas frágeis (e.g. paredes de áreas extensas de restaurações) devido a possibilidade de fraturas de estrutura dentária.

8 – Se a remoção for definitiva, dê polimento com broca(s) multilaminada(s) de 30 lâminas e pontas de borracha,  ou indique de volta para o dentista do paciente para que ele faça o polimento

 

Abraço

 

R.Martins


Páginas:1234567...15