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Colagem em superfície de resina: Como Fazer?

Há algum tempo sem postar, correndo bastante. Tivemos o encontro de ex-alunos de Araraquara nesse fim de semana, instituição que completou 20 anos, onde encontrei vários amigos de longa data.

Bom, hoje vou dar uma dica sobre como colar bráquetes, botões ou tubos sobre restaurações de resina composta. Esse é um dos pesadelos do ortodontista que prefere colar tubos, ao invés de bandar, e encontra uma restauração por vestibular nos molares. Às vezes, o pesadelo vem de um central restaurado devido a uma fratura…

 

Em primeiro lugar, abaixo eu descrevo a técnica “tradicional” que eu aprendi no passado, e que nunca deu muito certo (se não eu não estaria aqui escrevendo sobre o assunto):

1 – Passe uma broca qualquer sobre a superfície polida da resina. (ok… pode fazer sentido, mas há uma forma melhor de preparar a superfície)

2 – Condicione a superfície de resina com ácido fosfórico por 5 minutos. (…não faz sentido, parece que alguém adaptou o condicionamento de cerâmicas com outro tipo de ácido pela “lei dos semelhantes”…)

3 – Passe o adesivo próprio da resina. (sinceramente…acho que passar BIS-GMA sobre a resina polimerizada há algum tempo não faz muito sentido…)

4- Coloque o seu bráquete com resina na base sobre a superfície e polimerize por 40 segundos: 10s em cada face (Sim, eu sou da ápoca da lâmpada halógena)

 

Com alguns anos de experiencia e após ler e pesquisar um bocado, atualmente eu tenho feito da seguinte forma:

 

1 – Micro-abrasão com óxido de alumínio sobre a restauração.Esse procedimento é superior a “macro-abrasão com uma broca.

 

2- Utilize um primer universal (Assure ou Assure Plus da Reliance ou Single Bond Universal, da 3M) ou de plástico (Reliance). Esfregue-o sobre a superfície, por uns 5 segundos, e polimerize por 3 (ler a observação abaixo sobre o foto).

3 – Posicione seu acessório dobre a superfície, aplique uma pressão, e polimerize por 3 segundos na mesial e por 3 segundos na distal (ou 3s na oclusal e 3s na cervical). Lógico, que os 6 segundos requerem  um fotopolimerizador de terceira geração, como o LEDX, da Orthometric, na potência TURBO.

 

Espero que tenham gostado da dica curta, mas que mudou o “meu sono” em colar sobre superfícies de resina composta.

 

Abraço

 

R. Martins

 

 


Desgaste interproximal

Olá pessoal!

Recentemente recebi alguns questionamentos de alguns neófitos na ortodontia sobre desgastes interproximais e do porquê eles são necessários.

Distante de entrar nas discussões derivadas dos radicais da ortodontia, ou seja, aqueles que dizem em toda frase as palavras “nunca” ou “sempre” (sempre sem qualquer embasamento científico) vamos explicar quando e porque utilizamos pequenos desgastes na ortodontia.

 

  1. Devido à discrepância de Bolton.

Existe algo chamado discrepância de Bolton, em uma porcentagem altíssima das pessoas portadoras de más oclusões. Essa é uma discrepância entre os tamanhos mesio-distais entre os dentes da arcada maxilar e mandibular. Para o correto relacionamento dos dentes existe uma proporção entre os dentes superiores e inferiores.

Essa relação pode ser compreendida facilmente utilizando-se o exemplo de uma caixa de sapato. A tampa da caixa de sapato (a arcada superior) precisa ser levemente maior que a caixa (a arcada inferior). A tampa pode ser levemente maior que a caixa, mas se ela for levemente menor ela não encaixa. Se a discrepância for muito grande a caixa não fecha bem….

Assim, se você tem uma tampa menor que a caixa, você precisa aumentar a tampa (aumentar o perímetro da arcada superior) ou diminuir a caixa (diminuir o perímetro da arcada inferior). Dependendo do paciente e do diagnóstico diferencial,  o ortodontista pode desejar não adicionar resinas ou cerâmicas aos dentes superiores  de um paciente, e nesse caso ele precisa diminuir o perímetro da arcada inferior.

Isso pode ser realizado através da diminuição do diâmetro mésio-distal dos dentes anteriores, se o problema do encaixe é na relação caninos/overjet, ou nos dentes posteriores, se o problema está localizado nos molares e premolares, como nos pacientes classe III. (O excesso de massa dentária inferior é característico nas más oclusões de classe III).

 

2. Devido aos “triângulos negros” (formato dentário)

Dentes anteriores ou posteriores excessivamente triangulares, aliados ou não a perda óssea podem passar por um recontorno de seu formato feito ou por adição de materiais restauradores ou por diminuição de massa dentária. Existe um diagnóstico diferencial que é feito pelo ortodontista para tomar essa decisão baseado no caso clínico.

 

3. Para diminuir o perímetro da arcada de forma geral ou localizada

O ortodontista pode evitar extrações de premolares através do desgaste de todos ( ou somente alguns) os dentes da arcada, visando evitar extrações. Isso pode ser realizado visando a retração dos incisivos ou evitando a protrusão dos mesmos.

Novamente, é o ortodontista quem pode opinar sobre o assunto e quem geralmente decide, junto ao paciente, qual caminho tomar. Alguns ortodontistas se inclinam a nesses casos específicos extrair ou desgastar.

Vale a pena lembrar que a opção de não extrair e não desgastar também existe, em muitos casos.

 

4. Para se aumentar a estabilidade do alinhamento ântero-inferior

Autoridades na ortodontia sobre a estabilidade, como Wick Alexander e Jim Boley, defendem a mudança do ponto de contato dos incisivos para faces de contato, mais amplas, visando melhorar a estabilidade dos seus casos.

Esses ortodontistas, tem inúmeros trabalhos publicados nas revistas ortodônticas de boa reputação e tem disponibilizado a documentação pós-tratamento de milhares de seus pacientes  para escrutínio de universidades americanas. Esses sobrenomes aliados a outros como Litttle, são responsáveis pelo que sabemos sobre estabilidade a longo prazo.

 

Eu acredito que são esses os motivos majoritários pelos quais, quando indicado, realizamos desgastes dentários. Lembrem-se sempre de escrutinizar uma opinião com mais atenção quando as palavras NUNCA e SEMPRE se mostrarem demasiadas em um discurso. Adicionalmente, sempre peça evidências, principalmente dos gurus autodeclarados.

 

Boa noite,

 

R.


A inclinação e correção anteroposterior

A inclinação da canaleta dos bráquetes (produzida pela prescrição ou pelo posicionamento do bráquete) tem uma grande influência no encaixe das arcadas. O manejo incorreto desse fator pode dificultar ou auxiliar no tratamento, piorando um relacionamento anteroposterior, mas também podendo auxiliar na correção desse relacionamento.

 

Pergunte-se: “Como eu colaria o bráquete desse canino inferior?”

 

Figura 1 – Arcada sendo colada de forma indireta com bráquetes Alexander LTS (American Orthodontics), onde os premolares possuem “offset” gengival.

 

As respostas podem ser as mais variadas, podendo parecer muito simples àquele que observa a colagem como algo estático e ligado somente ao formato da coroa clínica.

De forma a simplificar nosso raciocínio, a discussão se aterá a duas situações majoritárias de posicionamento do canino inferior. Mas nessa ocasião, somente a angulação será abordada, ficando a altura para outra discussão.

Na primeira situação a ser discutida, podemos colar o bráquete de acordo com a inclinação da coroa clínica, que é distal (Figura 2 e 3).

Figura 2 – Inclinação distal de um canino inferior demonstrada pela linha tracejada.

Figura 3 – Canino inferior com bráquete colado de forma indireta, seguindo a inclinação da coroa.

Como eu já mencionei, isso pode parecer o mais correto quando se visualiza a correção ortodôntica como um processo automático, posicionando-se o bráquete em uma posição preconcebida. Entretanto, quando a má oclusão do paciente é avaliada, observando-se seu relacionamento anteroposterior (Figura 4) e sua radiografia panorâmica, percebe-se que esse posicionamento (Figura 3) pode trazer uma iatrogenia ao tratamento ortodôntico.

Figura 4 – Relação anteroposterior do paciente discutido, onde há uma má oclusão de Classe I.

Ao encontrarmos o canino encaixado, em uma má oclusão de Classe I, o ideal seria não perder esse encaixe até o termino do tratamento, para que o mesmo seja o mais eficiente possível e para que uma tensão desnecessária no ligamento periodontal dos dentes não ocorra. Colar o canino com a inclinação demonstrada (Figura 2) produzirá uma tendência de inclinação mesial, podendo desencaixar o canino e toda a arcada inferior, sem contar que a recuperação desse efeito produzirá uma movimentação desnecessária e iatrogênica.

Essas informações, adicionadas ao posicionamento radicular, considerado adequado (Figura 5) nos mostram que a melhor angulação desse canino parece ser a mesma já existente (Figura 6).  É claro, também que o raciocínio vale para outras situações. Inclinar os caninos inferiores para mesial nos casos de má oclusão de Classe II ou para distal na má oclusão de Classe III pode auxiliar no tratamento, se as condições permitirem essa estratégia (antecipando as perguntas…Sim…isso pode ser aplicado nos superiores também, quando a situação permitir).

Figura 5 – Condição radicular do quadrante inferior esquerdo discutido nesse artigo. A inclinação do canino inferior é considerada adequada por este clínico.

Figura 6 – Colagem indireta do canino inferior tentando-se manter a inclinação já existente. Isso é feito observando-se a canaleta do bráquete ao invés de seu corpo.

Vale a pena lembrar que independente da prescrição ou da técnica utilizada para o nivelamento da arcada, o conceito aqui apresentado é válido. No caso de “designs” ou prescrições de bráquetes diferentes serem utilizados, a correta observação da canaleta e a sua utilização como parâmetro irá padronizar o resultado. Já no caso da técnica utilizada para o nivelamento, seja as de arco continuo, arco segmentado, com ou sem auxílio de ancoragem esquelética, a ortodontia será guiada pelo formato através da rigidez do fio ao fim do tratamento. Assim, a posição final do canino em relação aos outros dentes da arcada será determinada pela sua relação com a canaleta do seu bráquete e pelo fio utilizado.

 

“Ortodontia é muito mais do que um bráquete ou uma técnica. O ortodontista não necessita somente de mãos habilidosas, mas também de uma mente criativa, atenta e educada em ciência para fazer uma ortodontia eficiente e de qualidade.”

Um abraço,

R.


Jatear com óxido de alumínio

Bom dia,

Hoje eu vou mandar uma dica para vocês!

A cada dia que passa aumenta o número de pacientes com restaurações extensas, coroas e facetas procurando tratamento ortodôntico. Seja porque nunca foram tratados ou porque buscam um retratamento, acabamos tendo que colar acessórios sobre superfícies que não são de esmalte. Muitas vezes temos até que colar sobre dentina, o que é raro mais acontece.

Um tratamento de superfície é excelente para melhorar a adesão nessas superfícies. A minha escolha é o jato de óxido de alumínio.  Comparado com outras formas de preparo de superfície ele é melhor que utilizar brocas, lixas e pode substituir até o condicionamento ácido de coroas de porcelana.

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Para deixar esse procedimento prático, você pode acoplar o jateador do lado do seu equipo com um suporte.  Nós usamos um engate rápido para a conexão e ele fica à mão para poder ser utilizado a qualquer momento. Temos um jateador excelente da Bioart, o qual eu recomendo (…não, o Henrique Piccin não me pagou para dizer isso…rs).

 

 

Um abraço,

R.


Boa montagem + boa mecânica + boa biologia = Sucesso

Boa noite,

Hoje é sábado, aniversário da minha esposa. Enquanto penso no presente, escrevo mais um post.

Domingo vamos para o Rio! Quinta tem o Congresso da SBO, vou falar sobre fios num simpósio de velocidade de tratamento…Great honors *,*,*!

Por isso resolvi mostrar um caso que fotografei hoje, com apenas cinco meses de tratamento. Daria até para fazer um folder com os dizeres –  “Boa montagem + boa mecânica +boa biologia = Sucesso” – nos moldes dos folders de aparelho milagrosos, mas não vamos fazer isso: vamos compartilhar no Smartodontics. O aparelho é o estético que eu gosto mais: Lingual superior e safira inferior, o melhor custo/benefício, na minha opinião, para todos: eu e o paciente!

Recentemente fiz amizade com um excelente ortodontista do Pará, o Dr. Graziane, que tem um laboratório de montagem de lingual, onde ele usa a máquina Accurate Bracket Placement (ABP) da companhia ADENTA. O caso em questão foi montado com a ABP, muito bem. = BOA MONTAGEM

O caso em questão tem um sobremordida acentuada onde nós usamos uma alternativa mecânica que sairá publicada no special topic da DPJO, a correção vertical precoce com cantilevers (quem já viu nos meus cursos sabe do que estou falando). = BOA MECÂNICA

A paciente apresenta uma velocidade de remodelação óssea enorme, mesmo na planificação da curva de Spee. Lembrem-se sempre dos dados do artigo que escrevi junto com meu amigo André Monini, de Goiás, na Angle Orthodontist.(http://blog.martinsortodontia.com.br/braquetes-autoligaveis-promovem-uma-retracao-mais-rapida/) Há pacientes onde a movimentação ocorre até 4 vezes mais rápido que outros. = BOA BIOLOGIA

Abaixo vocês podem ver os resultados no dia quando inseri meu fio 0,016″ x 0,025″ de NiTi no aparelho superior ligual e já estava com o fio 0,016 x 0,022 de aço no aparelho inferior de safira.

Gab3_blog Gab2_blog Gab1_blog

Tem tanta coisa para observar nesse caso e discutir que eu poderia ficar aqui até amanhã digitando. Vai desde a velocidade do nivelamento, passando pelo alinhamento rápido (0,016″ CuNiTi e 0,016″ Aço) e finalizando com a correção da inclinação dos incisivos….muito coisa para 5 meses. Os amantes de mecânica vão perceber como o molar esquerdo teve sua rotação corrigida mesmo sendo um dente de extremidade devido ao sistema consistente. Cool stuff!!!

Resultado parcial com 5 meses de tratamento = SUCESSO!!!

 

Um abraço,

R.


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